Comissão de Ciência e Tecnologia quer mais recursos para software livre

O presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, deputado Walter Pinheiro (PT-BA), defendeu nesta quinta-feira mais recursos no Orçamento para ampliar o uso de software livre no Brasil

A comissão está lutando para aumentar as verbas que serão destinadas à oferta de bolsas de pesquisa pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) no próximo ano. O colegiado aprovou emenda de R$ 100 milhões para pesquisas apoiadas pelo CNPq, o que abrangeria o desenvolvimento de softwares livres. No entanto, o relatório setorial do Orçamento de 2009 para Ciência e Tecnologia reservou apenas R$ 2 milhões para a área.

Nesta quinta, a Comissão reuniu especialistas para debater em seminário o "Software Livre e os Desafios do Legislativo para a Internet e as Tecnologias da Informação".

Uso do FUST

O parlamentar defendeu ainda o uso do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) também na universalização da informática, além da telefonia. "Onde há celular podem chegar dados de internet também", lembrou.

Ao observar que software livre e internet andam juntos, Walter Pinheiro destacou que essa é mais uma razão para universalizar o acesso à rede de computadores, pois isso facilitará que qualquer pessoa possa baixar os programas de código aberto para seu próprio uso.

Vantagens

No seminário, os especialistas explicaram as vantagens dos programas abertos. Conforme destacaram, a pessoa que utiliza o software livre conta com segurança e evolução tecnológica constante, além de gratuidade.

"O usuário não fica na mão de um proprietário de software que desaparece do mercado", destaca o secretário de Política de Informática do MCT, Augusto César Gadelha. "O software livre possui alta qualidade, uma vez que está sempre em desenvolvimento, por meio de cooperação. Muitas vezes, quem oferta os programas abertos é quem demanda, como empresas", acrescenta.

Diminuição de custos

Segundo o coordenador do Comitê de Software Livre do governo federal, Marcos Vinícius Mazoni, a evolução constante do software livre, dentro do governo, é responsável pela diminuição dos custos de manutenção dos sistemas de informática.

Mazoni lembrou que 80% dos gastos com programas referem-se a manutenção. No software livre, ao contrário, não é preciso contratar empresa para proceder a atualizações, uma vez que qualquer solução nova é disponibilizada na internet.

As prefeituras também são beneficiadas, afirmou ainda Sergio Rosa, diretor da Cobra Tecnologia, subsidiária do Banco do Brasil. Um dos benefícios é a redução da pirataria, principalmente nas pequenas prefeituras, com a possibilidade de gestão de atividades em todas as áreas.

Recursos humanos

O MCT tem centrado esforços na formação de recursos humanos, setor que se apresenta carente no Brasil. "Poucas pessoas se formam em cursos técnicos, quando precisamos urgentemente formar uma comunidade de desenvolvedores de software. O software livre surge na academia", ressaltou Augusto César Gadelha.

Para o deputado Walter Pinheiro, mais do que criar regras que tornem obrigatório o uso de software livre, é preciso mudar a cultura social e quebrar preconceitos, para beneficiar a difusão dos programas abertos no Brasil.

 

Fonte: http://www.jornaldaciencia.org.br/